segunda-feira, 7 de abril de 2014

Ministério do Ensino

Quando pensamos na educação no Brasil tenho um pressentimento de que cometemos alguns erros. O primeiro deles é uma confusão sobre o papel de cada um na formação da pessoa. Não na educação mas sim na formação. Segundo o dicionário a educação é a ação de desenvolver as faculdades psíquicas, intelectuais e morais nas pessoas. Mas essa é uma educação mais ampla, exatamente a que chamo aqui "formação".

A formação é calcada em um tripé: educação, instrução (ensino) e aprendizagem. Em cada uma dessas o ator é específico. Na educação é a família. No ensino a escola e sua estrutura. Na aprendizagem o próprio aluno. Não formamos ninguém se faltar uma das partes. Se a família deixa de dar educação falta o respeito, os bons modos e o caráter. Se o sistema escolar deixa de ensinar falta conteúdo para que o aluno aprenda. Falta também a infra-estrutura. Se o aluno não estuda ele não interna o aprendizado, esquece. Ao governo cabe o ensino. Dar condições para que o aluno, cidadão que respeita, que quer aprender, aprenda. O Governo deve fazer isso desde garantir uma boa alimentação (merenda) ao educando até a formação do professor que tem a tarefa de ensinar. Deve pagar bem para aqueles que ensinam de forma que eles possam se dedicar aos seus alunos, seja preparando aula, seja buscando recursos para recuperar aqueles com dificuldade e dando uma boa aula com exercícios sólidos e bons testes. Não há como se cobrar de um professor que leciona em 3 escolas, trabalha 60 horas semanais e não dedica tempo nem a sua própria família.

Mas cabe aos pais dar a educação. Colocar os princípios morais para as crianças e adolescentes. Isso não é tarefa fundamental da escola. Não deve ser terceirizado. Hoje em dia os pais tendem a delegar isso para a escola. Errado! Além disso, por falta de educação os alunos se sentem donos de suas vontades. São crianças e adolescentes inconsequentes que, sem saber direito o que lhes espera, desdenham os estudos. Priorizam aquilo que deveria estar em segundo plano. Da mesma forma transferem suas necessidades de aprendizado para as escolas. Acham que existe um sistema mágico de transferência (download) de conhecimento para suas cabeças. Também não fazem sua parte.

Nos níveis universitários o Governo Federal é o responsável constitucional pelo ensino. Nos níveis fundamental e médio a responsabilidade passa aos estados e municípios. Além de investirem 25% do que arrecadam tem ainda repasses do Governo Federal. É vizível o problema nesses níveis. Daí sou favorável a federalização da educação, especialmente no caso do ensino médio (Sen. Cristovam Buarque também propõe isso). Quem sabe assim o dinheiro é bem investido. Especialmente em salários.

Para evitar que os pais e alunos parem de pensar que educação como um todo é apenas responsabilidade da escola eu proponho a mudança do nome Ministério da Educação e Cultura para Ministério do Ensino e Cultura. Nem precisa mudar a sigla MEC.

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